Postagens reflexivas..
sábado, 22 de agosto de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
A Ressignificância da unidade entre o Ensino e a Aprendizagem
Prof. Geverson Luz Godoy *
A
pedagogia tradicional, bancária como a chamava o saudoso filósofo da Educação
Paulo Freire, por acreditar no depósito de conhecimento que outrora seria
propriedade do professor, tinha o professor como o centro do processo
Educativo, sendo este processo conhecido como magistrocêntrico.
Passado
algum tempo, hoje é possível compreender a educação de um outro prisma, com um
olhar diferenciado. É sabido que o ensino não certifica a aprendizagem, no
entanto, não há significado existir o ensino, caso não exista a
aprendizagem, pois a primeira sem a segunda é estéril. Por estas conclusões,
tem-se acreditado nestes novos tempos, no século do conhecimento, que é
necessário ressignificar a unidade entre, ensino e aprendizagem.
Falar
em ressignificação, o que significa recriar o significado é o mesmo que
transformar o já formatado. Para isto, na maioria das vezes é necessário
desorganizar o que já parece pronto. Esta transformação é um processo onde
todos são co-responsáveis por parte de seu desenvolvimento, e o centro do
conhecimento não é o professor, e sim o sujeito do conhecimento, aquele que
busca o conhecer, seja ele o professor ou o aluno dentro da comunidade de
aprendizagem investigativa.
Em
1989, foi fundado em Santa Catarina um Centro de Pesquisa e formação de
educadores chamado Centro de Filosofia Educação para o Pensar que fundou uma
metodologia de ensino filosófico e pedagógica própria, fundamentada primeiramente
na Proposta do Prof. Matew Lipman entre outros filósofos da educação reflexiva.
Dentro
da proposta do Centro de filosofia, este processo está baseado em uma
metodologia sócio-histórico-construtivista, fundamentado em uma visão
humanista, onde é valorizado o conhecimento que o aluno traz de sua vida que
não está vinculada somente ao banco escolar. Todo local é lugar de
aprendizagem, porém na escola, podemos ressignificar o que acontece em nossas
vidas, ligando o conceito com a prática. O aluno sabe fazer a prática, e, o
professor ajuda-o a conceituar as suas atitudes. O conhecimento é algo que está
dentro do individuo e suas relações, primeiro consigo mesmo, depois com os
outros e com o mundo. O sujeito não adquire o conhecimento por meio de cópia do
que lhe parece real. É através de suas capacidades, habilidades e competências,
que o estudante constrói juntamente com os demais indivíduos da comunidade de
aprendizagem investigativa novos conceitos que dão significado ao seu existir,
oportunizando a toda comunidade de aprendizagem novas possibilidades de ação.
Dentro
do processo de ensino e aprendizagem, o “erro” possui o seu valor didático
pedagógico, onde o sujeito da aprendizagem constrói as suas representações, que
dentro de sua logicidade, possui verdadeiro sentido, que podem ser melhoradas
com a ajuda do olhar da comunidade, incorporando novas ideias, transformando o
já pensado em reflexão mais aprofundada, alcançando um nível superior de
conhecimento.
A
intervenção pedagógica deve atentar-se ao que denominamos idade cognitiva do
aprendente, ao que compete o amadurecimento da compreensão dos alunos durante
os estudos de fórmulas e conceitos. Deve-se ainda, levar em consideração, os conhecimentos
que se apresentam em forma de senso comum pelos estudantes, e que ainda podem
ser melhor lapidados pela comunidade de aprendizagem investigativa oferecendo o professor uma contribuição
construtiva transformadora.
Estas
são algumas pistas para alcançarmos o conhecimento dentro da comunidade de
aprendizagem investigativa, onde o conhecer não é decorar fórmulas e regras
matemáticas ou gramaticais. Para alcançar o conhecimento, o sujeito que o busca
passa por um processo de modificação, aceitabilidade, reorganização,
plasticidade e construção no que diz respeito à assimilação e interpretação de
conteúdos estudados.
A
assimilação e interpretação de conteúdos, além de serem apropriações culturais
e sociais são propriedades do sujeito, portanto o sentido obtido do
conhecimento é ainda subjetivo, fazendo do sujeito corresponsável e coautor de
seu processo formativo.
O
conhecimento subjetivo é de estrema importância na perspectiva da aprendizagem,
pois implica no simbolismo que é dado pelo sujeito á parcela da realidade
estudada, juntando com a percepção simbólica de toda a comunidade e fazendo
relações entre a teoria e a prática.
Dentro
desta perspectiva a participação do professor é compreendida como parte da
comunidade de aprendizagem investigativa, o professor passa a ser mediador de
conhecimentos, aquele que se ocupa como facilitador na aprendizagem, transformador
e ressignificador de conceitos. Os conceitos são ferramentas que desenvolvem
nos educandos habilidades de raciocínio que os levam a pensar com uma melhor
qualidade e clareza, direcionando-os para um pensamento com excelência. Isto é
uma filosofia viva.
* Prof. Geverson Luz Godoy: Filósofo, Professor, Palestrante, Psicopedagogo Institucional, Assessor filosófico e pedagógico e divulgador no Sistema de Ensino Reflexivo - S.E.R. - Centro de Filosofia Educação para o Pensar - Editora Sophos.
Assinar:
Postagens (Atom)